Depois de um final de semana de viagem e uma segunda-feira para conhecer a cidade, a Caravana UBES finalmente mostrou a que veio em Salvador. A cidade tem tradição nos movimentos sociais: em 2003, ela foi palco da antológica Revolta do Buzu, em que estudantes pararam a cidade contra o aumento indiscriminado das passagens de ônibus. Quatro anos depois, dia 22 de maio, a Caravana da UBES volta a Salvador para lembrar aos estudantes que barrar o aumento não basta: é preciso lutar pelo passe livre.
O ônibus da UBES estacionou em frente ao Cefet às 10h da manhã, e a equipe saiu pelos corredores e salas de aula mandando o recado aos alunos. Os diretores da UBES Thiago Mayworm e Marcos Santos andaram pelo colégio e entraram nas salas de aula para falar sobre a luta da UBES. Bem interessados, os estudantes acompanharam as discussões e a apresentação do TeatrAtividade. Mesmo os professores, que em alguns casos tiveram a aula interrompida, não se importaram com o pequeno atraso e falaram aos alunos sobre a importância do movimento estudantil e da luta por seus direitos.
Em Salvador, as passagens de ônibus custam entre R$ 1,80 e R$ 2,20. Os estudantes – apenas de colégio e universidades, não de pré-vestibulares - têm direito a meia-passagem. Para os ônibus de R$ 2, existe o “Salvador Card”, um cartão pré-pago que permite até quatro viagens pelo preço de uma. “É melhor que nada”, disse Edvaldo Assis Júnior (foto), aluno do primeiro ano no Cefet. Seu colega, Alexandre Lima, rebate: “quatro passagens é pouco. Só dá para ir e voltar da escola”.
Por isso, a UBES defende o acesso total ao passe livre – não só para ir à escola, mas também para que os estudantes possam ir ao cinema, teatro e shows com transporte gratuito. “A UBES entende que a formação escolar não é apenas assistir aula. É também acessar a cultura”, disse Marcos..
Thiago Mayworm, como bom carioca, lembrou que no Rio de Janeiro os estudantes conseguiram conquistar o pass livre – e que, por isso, a luta não é impossível. Depois da apresentação do grupo TeatrAtividade – que foi muito bem recebida, com gargalhadas e muitas palmas – Thiago convocou os estudantes à luta. E o público aderiu à causa: “Eu estou disposto a ir para as ruas”, disse Júnior (foto), enquanto se despedia da Caravana.
Nesta quarta, dia 24, a equipe toma o ônibus rumo a Camaçari, cidade próxima a Salvador. O encontro com os estudantes será no Ceteb (Centro de Educação Tecnológica do Estado da Bahia) pela manhã. À tarde, o grupo parte para Aracaju.
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